sábado, 30 de março de 2013

Web de capítulo único - I Need You Now.






Lá estava eu. Tremendo. Olhando no fundo daqueles olhos Castanhos. Meu Deus! Como eram lindos. E sedutores. Como isso pôde acontecer comigo? Logo comigo, uma pessoa que nunca teve sorte para ganhar pelo menos um chiclete. E, de repente, deparo-me com Arthur Aguiar me pedindo ajuda.

Deixa eu contar tudo do começo. Estava eu, pessoa feliz e andante, passeando de madrugada. Sim, isto era uma mania minha. Na verdade, não, não era. Tinha levado um fora gigantesco de um carinha que nem era tão bom assim. Consegui dar o troco, claro. Lua Blanco era uma das rainhas de tiradas e fiz com que o fora dele se voltasse contra ele. Mas ainda estava com uma pontada bem no fundo. Como eu podia ter levado um fora? Eu era linda. Eu sou linda! Continuando, andando pelas ruas de Londres, passei por uma balada suuuuuuper cheia. Estava transbordando de pessoas. Para evitar o tumulto, passei por um bequinho. Como estava gelado. Senti umas mãos grandes e ásperas me tocarem. Olhei para trás, mas não enxerguei nada. Forcei os olhos e, mesmo assim, nada!
- Por favor, você pode me ajudar? – Uma voz familiar soou no escuro. Assustei-me. Era realmente quem eu estava pensando? Tinha que perguntar.
Arthur Aguiar? 
- Sim, prazer. – Disse ele, levantando-se e caindo. Nem percebi que ele estava agachado. Gelei na hora. 
Ele esticou o braço como um gesto de aperto de mãos, mas continuei parada. Estática.
- Er, como você se chama? – Ele perguntou com uma voz tão grave e doce ao mesmo tempo.
Lua. Mas pode me chamar de Lu. Desculpe-me, eu estou meio impressionada. Eu nunca imaginei encontrar você por aqui. Na verdade, nunca imaginei encontrar você em lugar nenhum – despejei tudo de umas vez. Aposto que ele não entendeu nada. Ficou com uma cara de interrogação olhando para mim.
- Hum, você pode me ajudar a levantar? – Ele perguntou com um sorrisinho lindo nos lábios. 
- Uhum. Você disse que precisava de ajuda. O que aconteceu? – Perguntei curiosa.
- Eu fui atacado por umas fãs bem na saída da boate. Machuquei a perna. – Ele disse sério.
Eu o ajudei a levantar e o apoiei em meus braços.
- Você está de carro? – Perguntei. Óbvio, ele é rico. Claro que está de carro.
- Na verdade, sim, só que está ali – disse ele, apontando para um New Beetle amarelo. 
- New Beetle? Quanta modestia. – Ele riu.
- Como vamos pegar o carro? – Perguntou ele com um sorrisinho debochado no rosto.
- Hum, você pode me dar a chave e eu vou lá pegar. Trago o carro até aqui e vamos embora para sua casa. Ou para a minha – disse com um sorriso malicioso.
Ele retribuiu o sorriso e me jogou as chaves. Peguei elas e saí em direção ao carro. Discretamente, abri o carro, entrei nele e acelerei. Algumas meninas olharam, mas nem ligaram. Estacionei perto do beco e saí. Peguei ele e o apoiei em meu braço. Coloquei ele no banco de trás. Ficar deitado seria mais confortável. Entrei no carro e liguei o som. Começou a tocar uma música que não sabia qual era até escutar uma voz rouca. 
- Brown Eyed Girl. – Lembrei da música, pois gostava tanto de Busted quanto de McFLY. Imagina os dois juntos?
- Sim, tenho saudades dos velhos tempos. Antes, tínhamos mais tempo para nos divertirmos só entre nós mesmo. Hoje trabalhamos muito – ele disse com uma voz cansada.
- Vamos para onde? – Perguntei.
- Vamos para sua casa, claro! – Ele respondeu, sorrindo maliciosamente.
- Você quem sabe. Mas vai abandonar seus amigos na boate. Eles estão sem carro, né?
- Na verdade, eles são malvados. Deixaram-me sozinho na boate, saíram com o outro carro. Aqueles dudes são  gays. Não aguentam o tranco. – Disse e bateu no peito. Logo depois deu um gemido e se contorceu.
- Meu Deus, Arthur, o que aconteceu? – Perguntei preocupada.
- Nada, só exagerei na minha exibição de machismo – disse ele rindo. Comecei a rir junto. Estacionei o carro e o tirei dele. Levei-o para minha casa. A vantagem de morar sozinha é que você pode fazer qualquer coisa sem ninguém te incomodar. Eu disse QUALQUER coisa. Levei ele até meu quarto e ele se sentou na minha cama. 
- Sabe o que eu estava lembrando, Arthur? – Perguntei com um tom falso de seriedade na minha voz.
- O quê?
- Como você pode exagerar na sua exibição de machismo se nem macho você é? – Perguntei rindo. Ele me olhou sério. Opa, acho que exagerei na brincadeira. Ele chegou perto de mim. Perto até demais. Dava para sentir sua respiração. Seu aroma de vodka e perfume 212.
- Você acha mesmo que eu sou gay? – Ele perguntou. Eu sorri. Balancei a cabeça positivamente. Nem deu tempo de falar algo. Ele me pegou nos braços e me beijou. Foi um beijo rude e doce. Frio e quente. Foi o melhor beijo da minha vida. Nossos lábios se encaixaram em perfeita harmonia. Parti o beijo e deitei nos seus braços. Ele começou a acariciar minha barriga, subir minha blusa lentamente.
- Hey, Arthur! É apenas um beijo, nada mais. – Disse meio constrangida.
- Tudo bem, eu te entendo. – Ele disse. Meus olhos começaram a se fechar lentamente.

A luz invadiu meu quarto. Já havia amanhecido. Merda, quem abriu a cortina? Quer dizer, quem esqueceu de fechá-la? De repente, uma sensação maravilhosa me invadiu. Lembrei do Arthur. Do nosso beijo. Pode ter sido apenas um beijo, mas foi o beijo. E foi com Arthur Aguiar. Apesar de ter tentado partir para algo mais, eu amei a sensação de dormir nos seus braços. Senti um vazio ao meu lado. Onde ele estava? Procurei na casa inteira e não o achei. Apenas achei um bilhete. Abri-o e achei um papel com um número de telefone numa caligrafia meio bagunçada e duas notas de 50 dólares. Então é isso? Ele acha que eu posso ser comprada? Amassei as duas notas e sentei na cama. Então acabou. Ligar ou não para o número? Não. Amassei o papel e o joguei em cima de uma mesinha. Acabou.
Créditos: Fanfic Obsession.

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