domingo, 31 de março de 2013

Capítulo 3 - I Need Someone Like You.




Lua
Antes de sair, decido procurar meu pai. Afinal, se vamos a uma festa, principalmente a da empresa dele, tenho que ir arrumada. Ou seja, com vestido novo. Escuto barulhos lá fora, então vou ao encontro deles, provavelmente eles devem estar terminando de tirar as coisas do caminhão, para livrá-lo. Passando pela sala, vi 3 coisas penduradas em uma arara: um terno, – dava pra ter claramente – um vestido e um casaco de pele. Não to colocando fé na parte do casaco de pele. É meio salmão, meio marrom... Não sei se é por causa do plástico mais escuro, mas não posso ficar na dúvida. 
Abrindo espaço entre as caixas abertas, fechada e entulhos no chão, eu cheguei perto da arara e vi um terno e DOIS vestidos. Será que um era pra mim?
– Esse é seu. – disse meu pai encostado na porta. – Sabia que você não ia resistir e abrir. Eu te vi lá fora.
– Pai, você sabia da festa e não me contou nada? Pensei que fosse na outra semana.
– Pois é, eu acabei sabendo por acaso, mas ficou muito em cima da hora pra eu deixar você ir comprar o vestido, se não era mais uma semana no Brasil – ele riu e eu também.- Abra, acho que você vai gostar.
Não pensei duas vezes, e retirei o plástico. Era lindo e da cor salmão. No estilo grego, com pedrinhas douradas no único ombro que se prendia no cabide. A parte de trás era maior que a da frente, fazendo umas pequenas ondulações na borda. Simplesmente lindo!
– Obrigada, pai. – fui ao seu encontro com os braços abertos esperando os eu abraço.

Arthur
Odeio gravatas! Isso não serve pra mim, e não sei porque ainda tento usá-las. Odeio festas do meu pai. Juntando tudo isso dá o quê? Uma festa comigo de smoking. Era tudo que eu menos precisava. Ainda bem que Harry e Micael resolveram vir aqui. Logicamente pelo fato da bebida, ninguém gosta de ir às festas do meu pai.
Sento-me na cadeira, estrategicamente, em frente da mesa de centro, onde há mais duas à frente. São basicamente as únicas com alguma mesa na frente. Então, creio que estou no lucro. Ao menos se eu sair bêbado, eu vou estar.
Uma hora se passou e a festa já estava cheia, com uns 30 copos de vodka pra cada um de nós três. Vamos misturar tudo agora! Chegou a hora de aloprar a festa, ou seja, precisamos de 2 garrafas de vodka, hortelã e gelo, e quem sabe um pouco de uísque num copo pra mim, só pra me divertir. Onde está o uísque? Logicamente com Mourice!
Ele nunca me atende quando eu quero, vou ter que ir ao seu encontro.
Dou meus passos, pego o uísque e volto em direção da mesa mais alegre – literalmente – da festa. Escorrego na porcaria de degrau que tem no meio da sala – Pra que um degrau no meio da sala, senhor? – e deixo cair meu uísque... Em cima de alguém; a notar pelo grito, não foi, com toda a certeza, alguém que trabalho pro meu pai.

Lua
AAAAAAAAAAAH! O que foi isso que caiu em cima de mim? Droga, droga, droga! Meu vestido está manchado com esse treco amarelo. Olho pra cima e vejo um sujeito muito do metido – sei disso porque estava rindo de mim – derrubou essa substância desconhecida em cima de mim. Que nojo! Quem ele pensa que é? Agora ele está rindo de mim, e eu com cara de ridícula.
– Anda, peça desculpas! – disse nervosa.
– Você acha que eu vou pedir desculpas? Pra você? – então voltou a rir. Definitivamente estava bêbado. Não vou dar moral pra esse ser.
– Seu idiota, estragou meu vestido! – virei dando as costas pra ele.
Onde era o banheiro mesmo? Se não me engano, era naquela porta branca ali. Não... Aqui é a cozinha. Quem sabe a próxima. É, é nessa. Joga água, joga água na mancha. Isso daqui a pouco vira uma música de comercial de tira manchas. Mas pelo menos tirou, só ficou molhado. O lado bom foi que caiu quase na barra do vestido, e a maior parte ficou escorrendo na minha perna. Será que meu pai vai me deixar ir pra casa? É bem provável que não, e acho que nem vou tentar. Tentarei ficar o mais longe daquele imbecil que me derrubou esse... Sei lá o que seja. Distância não me parecia a melhor palavra, mas era a única que eu queria para aquele garoto. Distância, distância.

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